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Adriana Silva no INDOMIT 2024

Respeita a Montanha!!

Esqueça todo o conceito de corrida de rua!

 


FOTO: Gustavo Perim

No Trail não é sobre correr, é sobre encontrar a melhor maneira de superar os desafios da montanha!

Mais importante do que subir, é saber descer!

É sobre técnica e coragem!

A subida é dura!! Duríssima! E caminhar não é vergonha!!

 

Sempre tive vontade de participar de uma prova de Trail, mas era um grande risco conciliar com o planejamento de maratona para Jogos Olímpicos e Pan-Americanos, um descuido e tudo estaria perdido!

 

O INDOMIT me colocou em conexão com a minha infância! Quando viajo pelas estradas e vejo vaquinhas nas montanhas, fico pensando; Como elas conseguem?!!! Agora imagino! Ou ainda estou tentando entender.

 

Essa, entre outras coisas, fez parte da minha vida, correr pelas montanhas, nadar nos riachos, brincar nas cachoeiras, enfim, conexão com a natureza!

Paisagens, montanhas, matos, cheiro de eucalipto, pular tronco de árvores, abaixar a cabeça para não bater, atravessar riacho, tudo isso você encontra no INDOMIT Pedra do Baú em São Bento do Sapucaí.

Só digo uma coisa.

VALE A PENA!! MAS TREINE DESCIDA! kkk

 

Quando recebi o convite para participar do INDOMIT, fiquei empolgada, sem saber o que encontraria pela frente.

Conciliar o trabalho com treinamento não é fácil, mas sabia de teria que treinar dentro das possibilidades.

Sei que isso não é prioridade na minha vida, mas sim experiências que quero viver! Óbvio que, dentro de mim, existe o espírito competitivo que carreguei a vida toda durante minha carreira como atleta. Entender que ali o propósito era diferente foi um processo de conversa comigo mesma, para saber viver o momento da melhor forma possível.

Então resolvi ir em busca de mais conhecimento sobre a prova, de pessoas que pudessem me contar um pouco sobre o que é correr na trilha.

Conheci José Virginio, campeão e recordista dos 21K do INDOMIT, e topei participar de um treino especial com a assessoria dele, a JVM especializada em Trail, no Parque Anhanguera.

Logo percebi algumas diferenças entre rua e trilha, tinha que me desapegar de alguns detalhes que encontramos na corrida de rua.

 

Esqueça o pace!

 


Diferente da corrida de rua, em que o relógio é sua referência, e você controla o   ritmo a cada Km, na trilha, esqueça, você não corre por Km, corre por trechos. Em alguns momentos o pace pode estar na velocidade de 12 minutos por Km e mesmo assim, estará rápido. Pensar na hipótese de caminhar, inimaginável, nunca fiz isso na vida, nunca parei numa corrida, na rua parar pode parecer sinal de fraqueza! Ihhh quebrou.

Mas na trilha, é diferente! Respeite a montanha, devagar é ser rápido, mesmo quando estiver caminhando.

 

Bom! Algumas preocupações começaram a surgir antes mesmo de começar, e uma delas era sobre a descida, eu desço muito mal, sou insegura, e para descer, tem que ter coragem e técnica, isso me faltou.

Subia muito bem e descia muito mal, com medo, escolhendo o lugar para pisar, faltou coragem, sobrou cuidado.

Cheguei a subir na segunda colocação, mas quando chegava a descida, tudo ia ladeira abaixo, meu ritmo caia. Para não atrapalhar os corredores que passavam por mim, eu procurava desviar para o lado para dar espaço para quem vinha de trás me atropelando! Hehehe!!! E dizia a eles: Podem passar! Enquanto eu escolhia onde pisar para não correr o risco de cair entre os buracos e canaletas, o pessoal descia voando, eu... terminava a descida lá trás.

 

EQUIPAMENTO!

 


Tênis Asics Trabuco especial para Trail.

Escolher os equipamentos ideais para o dia D faz toda a diferença!

Outra preocupação que pairava na minha cabeça era o medo de me perder na trilha e ter hipotermia, mas a organização do evento exige alguns itens obrigatórios, como apitos de emergência, e anorak (jaqueta impermeável para proteger da chuva, vento e frio, itens que ajudam a minimizar a situação em caso de algum imprevisto.

Outros acessórios como bastão e mochila de hidratação também são recomendados.

                         

 

O tênis que usei na prova foi o ASICS TRABUCO, específico para trilha, com a sola que oferece grip e proporciona uma tração que ajuda a evitar escorregões. Particularmente, me ajudou muito, oferecendo estabilidade também na região do cabedal, evitando que viesse a torcer o pé. Como tenho ligamentos rompidos, era uma preocupação, mas o tênis me atendeu muito bem.

 

Outra coisa completamente diferente das corridas de rua é o abastecimento de hidratação durante a prova, não existe distribuição de copos de água e sim pontos de apoio  onde o próprio participante  abastece a sua garrafinha ou squeeze (acessório muito usado nas corridas de trilhas, material de borracha maleável, com bico da saída da água que você morde e suga direto na boca), prático,  só um detalhe, eu não sabia disso, rs aprendi momentos antes da largada, quando na fila do banheiro uma corredora percebeu meu desespero tentando tomar água e me ajudou. Logo me fez uma pergunta: “Você vai correr com ele na mão?”. E pensei: Esse era o meu plano.


Até chegar nos pontos de abastecimento para hidratação, localizados a cada 5Km, levava mais de 30 minutos, achava que não seria necessário parar em todos os postos de água e abastecer minha garrafinha. Mais uma vez subestimei, pensei: Parar numa corrida para pegar água? Não vou perder tempo. Mas logo vi que isso é um detalhe que quando não é feito, paga-se um preço muito alto.

Normalmente no Trail, é usado cinto para carregar a sua hidratação, eu carreguei na mão, mas não é uma boa ideia, pois em momentos em que pode acontecer uma queda e ter que se apoiar em algum barranco, é melhor estar com as mãos livres. Levei um squeeze de 500ml e pensei: Acho que é suficiente, talvez eu pare somente em um posto de apoio. Logo percebi que na prática, eu usaria todo o apoio que tivesse, lembrei que os 21k na montanha não leva o mesmo tempo que na rua, então, muito cuidado com a hidratação.

 

 E ai?

 

Os últimos Kms eram de asfalto e me senti à vontade, terminei na 5ª colocação no feminino. Foi uma experiência fantástica.

Terminei os 21k com o tempo de 2h34min, o tempo de esforço era como se tivesse corrido uma maratona, e o pós também kkkkk. No dia seguinte não conseguia descer um degrau de escada de tanta dor muscular.

 

 Mas foi mágico, a prova é linda, a chegada com vista para a Pedra do Baú. Fui recebida com carinho no mundo do Trail, e agradeço a todos que passaram na tenda da aminoVital compartilhando dicas e experiências para me ajudar. Foi muito bacana!

 

Agradeço aqui à aminoVital pelo convite e parceria, à organização do INDOMIT .

Ricardo Oliveira por cuidar para que tudo saia da melhor forma possível!!


Obrigada a todos os fotógrafos que registraram esse momento!!

 

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